quarta-feira, 27 de julho de 2016

Fatores locacionais da indústria

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A atividade industrial é a principal fonte de atração demográfica, urbana e econômica de determinado território. Mas o que interfere em sua localização?


Por que uma indústria se encontra em uma determinada localidade espacial e não em outra? 

A resposta para essas questões é chamada de fatores locacionais, que são as vantagens competitivas que as empresas e as indústrias veem em um determinado local que atraem seus respectivos investimentos.
Na escolha da localização de uma indústria, não é considerado somente um fator, mas sim todos aqueles que são benéficos à indústria. Uma ressalva para indústrias mineradoras, que se localizam em lugares onde a matéria-prima está disponível. Um exemplo clássico são as indústrias do século XVIII, que deveriam ficar próximas à sua matéria-prima de fonte energética: o carvão.
Atualmente, conforme a mudança nos tipos de indústria, sua localização não será tão somente em função da proximidade de sua matéria-prima.

Porém, quais são os fatores locacionais?
Podemos enumerar oito tipos principais, a saber:

Transporte: envolve infraestrutura (qualidade, disponibilidade e meios); custos dos transportes; novas tecnologias e meios de transportes. Para cada tipo de produto da indústria há um meio de transporte adequado.

Energia: infraestrutura de energia em uma dada região, como a disponibilidade, estrutura de transmissão e novas tecnologias.

Mercado-Consumidor: tamanho do mercado, juntamente com as características socioculturais do consumidor e seu poder aquisitivo. Acesso físico do cliente ao produto (no caso, os meios de transporte).

Matérias-primas: é um fator locacional clássico. Envolve a disponibilidade, o tipo e a qualidade da matéria-prima, como também seu custo e transporte.

Mão de obra/força de trabalho: envolve a disponibilidade, produtividade, qualificação, nível de organização e salários, como também as regras jurídicas que variam de acordo com cada país ou região de um mesmo país.

Incentivos fiscais: é quando o governo concede isenções de impostos, como o ICMS, às indústrias, para instalarem-se em seu território. Em muitos casos, há também a concessão de terrenos para a instalação da unidade produtiva da fábrica. No Brasil, instalou-se nos últimos anos uma “guerra fiscal” entre municípios e estados da federação para a atração de indústrias para seus respectivos territórios.

Ciclo do produto: segundo o economista George Benko, para cada fase de produção de um objeto industrial existe uma lógica espacial. De acordo com Benko, um produto pode ter três fases de produção: desenvolvimento, estandardização ou amadurecimento e declínio. Cada fase requer um tipo de força de trabalho mais representativa e um local de produção mais apropriado, segundo a lógica capitalista.

Disponibilidade de Capital: refere-se à disponibilidade do mercado em dispor, sempre que necessário, ao empresário, recursos em dinheiro para novos investimentos, bem como um ambiente propício aos negócios (relações financeiras) para trocas de capitais (bancos, empresas, etc.).

Publicado por: Regis Rodrigues de Almeida em Geografia humana

Anel Energético Sul-Americano

Como é feito a divisão do projeto?

Foto: Reprodução/ Escola de Políticas Públicas e Gestão Governamental

Anel Energético Sul-Americano é o nome dado a um projeto destinado a unir os países da América do Sul em torno da questão energética, tratando de sua geração, distribuição e por fim, a racional utilização do gás GNL (Gás Natural Liquefeito). A ideia é a de que se construa um gasoduto de aproximadamente 1200 quilômetros que se estenderia do interior do Peru até o norte do Chile, obra esta que se interligaria imediatamente com redes similares existentes em áreas próximas, e cuja interconexão dá a possibilidade de que Brasil, Argentina, Chile e Uruguai desfrutem de tal hiperligação, que efetivamente terminaria com muitos dos problemas de abastecimento energético de todos esses países.

Considerada sob todos os aspectos um dos mais importantes projetos de integração dos países sul americanos, a ideia foi aventada pela primeira vez em 2005 no Peru, sendo que a fonte de abastecimento original deste megaconjunto de gasodutos partiria da região peruana de Camisea, localizada na zona central do território peruano. Há também a possibilidade de se utilizar uma região fornecedora alternativa, como por exemplo as reservas das bacias de Orinoco e Maracaibo, na Venezuela. Há ainda a hipótese de que a Bolívia exerça o papel de fornecedora do gasoduto, pois as reservas do país estariam supostamente em melhores condições de servir aos objetivos determinados pelo projeto. Tal projeto faz parte do amplo programa de integração da IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infraestrutura regional Sul-Americana), e é de amplo consenso que será um importante avanço no desenvolvimento econômico dos países da região, fonte de atração de investimentos por partes de inúmeros entes privados, atração de diversos projetos bem como de políticas intergovernamentais, abrindo novas possibilidades e novas ideias para se concretizar a cooperação entre os países, tão pretendidas por órgãos como a UNASUL e o MERCOSUL.

Além das discussões que darão os contornos definitivos ao projeto do Anel Energético Sul-Americano, há que se resolver três questões fundamentais, que são a) a do custeio (financiamento da infraestrutura a ser implementada para um projeto de tão grande magnitude), b) o estabelecimento de regras que promovam a segurança no retorno do investimento e c) confiança e amplo entendimento entre os diversos (e diversificados) países na manutenção do abastecimento ininterrupto, superando os sempre eminentes e possíveis riscos de instabilidades políticas e desavenças históricas.

Ainda se faz importante reforçar a autonomia inerente a cada um dos países envolvidos, não descuidando do comprometimento necessário de cada interessado para a eficaz conclusão de tão grande projeto.

Bibliografia:
http://www.riosvivos.org.br/Noticia/Criacao+de+Anel+Energetico+Sul+Americano+esta+quase+resolvida/7930 - Página Rios Vivos - Criação do Anel Energético Sul-Americano está quase resolvida

http://www.anpg.org.br/~anpg/userfiles/file/julianadefarias.pdf - Página da Associação Nacional de Pós-graduandos da UFRJ - Farias, Juliana de. Projetos de gasodutos como alternativa para a integração energética sul-americana

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Dia da Agricultura Familiar - 25 de Julho "De onde vem o alimento que comemos?"


Principal responsável pela comida que chega às mesas das famílias brasileiras, a agricultura familiar responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o País. O Dia Internacional da Agricultura Familiar é comemorado neste 25 de julho com a consolidação dos avanços promovidos pelas políticas públicas integradas de fortalecimento do setor, intensificadas na última década.

O pequeno agricultor ocupa hoje papel decisivo na cadeia produtiva que abastece o mercado brasileiro: mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de aves (50%) e milho (46%) são alguns grupos de alimentos com forte presença da agricultura familiar na produção.

Com melhores condições de crédito e a ampliação de mercado por meio de programas como o de aquisição de alimentos, a agricultura familiar segue estruturada e com investimentos crescentes. Anunciado pela presidenta Dilma Rousseff em junho, o Plano Safra 2015/2016 da agricultura familiar terá investimento recorde de R$ 28,9 bilhões pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os recursos representam um aumento de 20% em relação à safra anterior. Na safra 2002/2003, o crédito disponível foi da ordem de R$ 2,3 bilhões.

 Na safra 2015/2016, o governo manteve baixas as taxas de juros, que variam entre 2% e 5,5%. Para a região do Semiárido, os juros ficaram ainda menores, entre 2% e 4,5%. O plano prevê ainda que a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) irá atender a 230 mil novas famílias de agricultores familiares, com foco na produção de base agroecológica.

“[O Plano Safra 2015/2016] demonstra o compromisso da presidenta Dilma com aqueles que mais precisam e que mais trabalham para produzir o alimento das famílias brasileiras”, ressaltou o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, durante a cerimônia de lançamento do Plano Safra.

Juventude rural

Segundo o ministro, para continuar avançando em áreas-chave, o governo investiu no fortalecimento da agroindústria familiar, no cooperativismo, na produção agroecológica, na assistência técnica e extensão rural, na ampliação do mercado institucional para a agricultura familiar, na equidade de gênero e no apoio à juventude rural, “o presente e o futuro da agricultura familiar”.

Para fortalecer o apoio aos cerca de 8 milhões de jovens que hoje vivem no campo e têm participação ativa na produção agrícola, o governo trabalha no aperfeiçoamento do Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural. De acordo com Ananias, o plano está em “processo de contrução de forma participativa e democrática”.

O Plano Nacional de Desenvolvimento Rural e Sustentável observa que o grande desafio do governo é tornar o campo um lugar atraente para os jovens, capaz de fazê-lo permanecer no meio rural. “Para isso, é preciso transformar a concepção da relação campo-cidade, ofertando qualidade de vida digna, trabalho e renda nas áreas rurais”, aponta o plano do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Uma ação importante no âmbito da política setorial é a ATER para a Juventude. O programa irá atender a 22,8 mil jovens rurais neste Plano Safra. Além disso, o Banco de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, R$ 5 milhões para a produção de empreendimentos econômicos da juventude rural.

Ex-diarista abastece Programa de Aquisição de Alimentos

Ex-diarista, a agricultora familiar Lindaci Maria dos Santos, de 51 anos, aderiu ao Pronaf há pouco mais de cinco anos no Distrito Federal e hoje abastece o Programa de Aquisição de Alimentos do Ministério do Desenvolvimento  Social e Combate à Fome (MDS). “Lutamos com muita garra mas temos um futuro. É uma coisa maravilhosa você colocar um produto [orgânico] na mesa”, contou Lindaci em depoimento ao Portal Brasil. Ela produz diversos tipos de alimentos orgânicos, entre frutas e hortaliças.

O Brasil fora do Mapa da Fome

O fortalecimento da agricultura familiar, aliado à execução de  programas de inclusão social, como o Bolsa Família e o Pronatec Rural, contribuiu, por exemplo, para que o Brasil fosse retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Recentemente, a agência da ONU apresentou um relatório na qual afirma que o Brasil pode se tornar o principal exportador de alimentos do mundo na próxima década. O documento destaca o papel fundamental da agricultura familiar na produção de alimentos e elogia as políticas públicas do governo federal para o setor.

Fonte:

Portal Brasil, com informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)

domingo, 24 de julho de 2016

Rotação e Translação

A Terra com a sua forma esférica, um pouco achatada nos pólos abaulada no equador, executa entre outros dois movimentos muito importante: rotação e translação.

MOVIMENTO DE ROTAÇÃO

É o movimento que a Terra faz em torno de si mesma ou no eixo imaginário que passa pelos seus pólos. A duração desse movimento é de 24 horas, ou seja, mais precisamente de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, e sua velocidade é de 1,666 Km/h na altura do equador. Nos pólos a velocidade é nula. A Terra movimenta e gira sobre si mesma diante do Sol, o que possibilita a ocorrência dos dias e das noites.

O fato é que o Sol não poderia mesmo girar ao redor da Terra, pois se assim fosse, estaria contrariando a conhecida Lei de Newton, segundo a qual "os corpos se atraem na razão direta de suas massas..." Ora, se a massa do Sol é 330 vezes maior do que a da Terra, ele jamais poderia girar ao redor da Terra. A assim a "trajetória" diária do Sol ( nasce a Leste e se põe a oeste) é apenas aparente.

As conseqüências da rotaçãoterrestre são:

A sucessão dos dias e noites e a conseqüente influência na organização da vida ou do cotidiano das pessoas ( período de aulas, jornada de trabalho, expediente comercial, etc.)Interfere na circulação atmosférica e no movimento das correntes marítimas.Com base na rotação foram criadas as horas e os fusos horários, de grande importância na organização da vida e das atividades humanas.O achatamento dos pólos e a dilatação da região equatorial.

MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO

É o movimento que a Terra (bem como os demais planetas) executa ao redor do Sol. A trajetória percorrida chama-se órbita e tem a forma ligeiramente oval, ou seja , elíptica.

essa órbita mede cerca de 930 milhões de quilômetros e é percorrida pela Terra em exatamente, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos, a uma velocidade média de 29,9 Km/s.

Enquanto a principal conseqüência do movimento de rotação é a sucessão dos dias e das noites, no caso da translação é a ocorrência das estações do ano, períodos durante os quais, dependendo da posição da Terra em relação ao Sol, os hemisférios norte e Sul da Terra poderão ser igual ou desigualmente iluminados. Isso, como sabemos, tem grande influência e importância na vida em geral e também nas atividades humanas em particular.

Por que existem as estações do ano?

Existem por dois motivos:

Os planos do equador e da órbita terrestre não coincidem, ocorrendo uma inclinação da ordem de 23º 27’(vinte e três graus e vinte e sete minutos). Podemos dizer que o eixo imaginário da Terra está inclinado em relação ao plana do eclíptica.Durante a translação a Terra ocupa diferentes posições em relação ao Sol. Se os planos do equador e da eclíptica fossem coincidentes e se a Terra permanecesse sempre na mesma posição (digamos , perpendicularmente ao Sol), não haveria as quatro estações do ano, o Sol incidiria sempre na altura do equador. Os hemisférios norte e sul da Terra receberiam sempre a mesma quantidade de iluminação. Só há duas ocasiões que os dois hemisférios são igualmente iluminados: nos dias 21 de março e 23 de setembro, chamados dias equinócio (noites e dias iguais), épocas em que o Sol incide perpendicularmente no Equador, propiciando igual insolação nos dois hemisférios. Fora essas datas, a Terra mantém-se sempre inclinada em relação ao plano da sua órbita.

A TRANSLAÇÃO DA TERRA E ANO BISSEXTO

O movimento da translação terrestre é base ou referencial Para a divisão do tempo. De acordo com o antigo calendário egípcio, duração do ano civil era de 365 dias. Como movimento de translação da Terra é de 365 dias e 6 horas, os romanos corrigiram o calendário egípcio acrescentando a seu calendário (juliano, 46 a.C.) aquelas 6 horas que não eram computadas pelos egípcios.

Como "sobravam" 6 horas em cada ano, no final de 4 anos essas 6 horas, somados (24 horas), eqüivaliam a 1 dia. Os romanos acrescentaram, então, esse dia ao mês de fevereiro.

É por isso que, a cada 4 anos, o mês de fevereiro, que normalmente tem 28 dias, passa a ter 29. É chamado o ano bissexto. Como o ano de 1996 foi bissexto, os próximos serão 2000, 2004 e assim sucessivamente.

A pessoa que nascer no dia 29 de fevereiro, ano bissexto, e for registrado nesta data, só fará aniversário de 4 em 4 anos.

ESTAÇÕES DO ANO

Os Solstícios correspondem às épocas do ano em que os hemisférios norte e sul da Terra são desigualmente iluminados. Ocorrem nas seguintes datas:

21 de dezembro. marca o solstício de verão no hemisfério sul. É época em que o Sol se encontra na altura do trópico de capricórnio, sendo , portanto , verão no hemisfério sul. Os dias são mais longos e as noites mais curtas. No hemisfério norte ocorre o inverso.

21 de junho. È o solstício de verão no hemisfério norte. O Sol encontra-se na altura do Trópico de Câncer , ocasionando o verão, época de dias mais longos e noites mais curtas.

Os equinócios correspondem às épocas do ano em que os hemisférios norte e sul são igualmente iluminados. Ocorrem nestas datas:

21 de março. Marca o início do outono no hemisfério sul e o início da primavera no hemisfério norte. Nessa data, o Sol está incidindo na altura do equador , acarretando igual duração dos dias e das noites nos dois hemisférios.23 de setembro. Marca o início da primavera no hemisfério sul e do outono no hemisfério norte. O Sol encontra-se novamente na altura do Equador, propiciando igual duração dos dias e das noites nos dois hemisférios.

Descubra o que foi o Plano Colombo

Recebeu o nome de Plano Colombo o programa, que pouco depois tornaria-se uma organização, destinada a auxiliar economicamente os países do continente asiático após os devastadores resultados da Segunda Guerra Mundial. Apesar de muitos dos momentos decisivos da guerra terem acontecido em território europeu, ocorreram inúmeros episódios de violência e destruição em muitas partes da Ásia, sem considerar o grande contingente de asiáticos que participaram tanto do lado dos Aliados como das nações do Eixo em seus esforços de guerra.

O Plano Colombo nasce a partir de uma conferência de Ministros do Exterior no âmbito da Commonwealth (a organização criada pelo Reino Unido para manter uma certa ligação com suas ex-colônias) ocorrida em janeiro de 1950, em Colombo, capital do Sri Lanka. Dessa reunião surgiu o entendimento de maior cooperação entre os países asiáticos, visando uma melhora das condições de vida dos povos da região. Assim, em 1951, um grupo de sete países irão criar o Plano Colombo, com base nas ideias de elevação das condições sociais de seus países. Num primeiro momento, o plano de reestruturação social planejado tinha duração de apenas seis anos, mas, foi sendo constantemente renovado até 1980, quando sua validade foi estendida por tempo indeterminado. Além disso, seu número de integrantes pulou de sete membros da Commonwealth (Austrália, Reino Unido, Canadá, Ceilão (depois Sri Lanka), Índia, Nova Zelândia e Paquistão) para um total de 26 nações através dos anos, atraindo países que não faziam parte do círculo da Commonwealth.

Em meio à elaboração de sua constituição, em 1977, o Plano Colombo passa a adotar a denominação de "Plano Colombo para Cooperação Econômica e Desenvolvimento Social da Ásia e Pacífico", refletindo o aumento da dimensão do grupo e de seus projetos.

Em seu início, o Plano Colombo recebeu um grande estímulo financeiro por parte dos Estados Unidos, que aderiu ao grupo logo em 1951, fazendo deste um equivalente asiático ao Plano Marshall, o famoso plano de reestruturação econômica e social do continente europeu.

Assim como no Plano Marshall, que excluiu a União Soviética de seus projetos (pelo fato de já terem se iniciado as disputas entre as duas ideologias, socialista e capitalista que culminariam na Guerra Fria), o Plano Colombo excluiria também a China comunista, recém-estabelecida, em 1949, sendo que este país asiático fosse talvez um dos que mais necessitassem das políticas de desenvolvimento propostas pelo plano, por ter experimentado conflito armado desde 1933, além de ser palco de violentas batalhas e alvo de violenta ocupação de boa parte de seu território pelos japoneses. As consequencias do conflito iriam provocar desastres humanitários sem precedentes na China, entre eles uma devastadora onda de fome no interior do país, logo após o fim da guerra.

Bibliografia:
http://www.colombo-plan.org/history.php

Baby Boom: Os filhos da guerra

Geração fruto da explosão demográfica pós-Segunda Guerra chega aos 60

Felipe Van Deursen

Imagine a situação: você está há tanto tempo lutando contra o inimigo, em países estranhos, que nem se lembra do gosto da comida de casa. Seu dia-a-dia é composto de corpos mutilados e mortos, sangue e poeira. Tudo com o que você sonha é voltar para o conforto do seu lar. A luta termina e você faz parte do grupo vitorioso. É recebido em seu país como herói. O que acontece nove meses depois? Você é pai.

Foi isso o que se passou com milhares de casais americanos com o fim da Segunda Guerra em 1945. Um ano depois começava uma explosão demográfica que só enfraqueceria na virada dos anos 60. Era o chamado baby boom. Na década de 40, nasceram nos Estados Unidos 32 milhões de bebês, 33% a mais que na década anterior. Em 1954, mais de 4 milhões de partos, quase 11 mil por dia. Em 2006, os mais velhos dessa turma chegaram aos 60.

A geração babyboomer, como ficou conhecida, mudou os costumes do mundo. Ela é formada pelos filhos que mais se diferenciavam dos próprios pais até então. Ela virou adulta no mais duradouro período de prosperidade do país, distante dos traumas sofridos pela geração anterior, que cresceu durante a Grande Depressão. Pelos 15 anos seguintes ao confronto mundial, a onda de otimismo dominou não só os Estados Unidos mas também muitos dos países aliados, como Canadá e Reino Unido. No Brasil, a euforia se deu nos anos JK, entre 1956 e 1960. A economia andava a toda, o desemprego era baixo. “O que aconteceu após a Segunda Guerra foi uma conjunção de fatores: otimismo juvenil, bens materiais em abundância, vitória em uma guerra, medo de perder em outra”, escreveu o historiador Howard Smead em Don’t Trust Anyone Over Thirty: A History of the Baby Boom (“Não confie em ninguém com mais de 30: a história do baby boom”, inédito no Brasil). “Você quer culpar alguém pelo baby boom? Culpe Hitler: suas atividades na Europa distorceram o ciclo familiar nos Estados Unidos.”

 

Do que se trata os Hotspot?

 Imagem capturada na Internet (Fonte: Parques Nacionais do Brasil) 

Do que se trata o Hotspot?

 
A tradução do termo, em inglês, Hotspot é "ponto quente" e este se refere a um conceito ambiental, que muitos desconhecem. Mas, devemos tomar conhecimento até porque dos 34hotspots identificados na superfície terrestre, dois se encontram localizados em nosso território: a Mata Atlântica e o Cerrado.

Imagem capturada na Internet (Fonte: Danilo Eco)

Imagem capturada na Internet

(Fonte: Instituto Sociedade, População e Natureza)

Só na América do Sul são cinco (incluindo estes dois) e, no continente americano todo, são nove. A América só é superada pela Ásia, que possui dez Hotspots.

 
Este termo ambiental foi criado pelo ecólogo e cientista inglês, Norman Myers, da Oxford University, no ano de 1988. Inicialmente, Norman Myers identificou apenas 10 hotspots no planeta.

 
São considerados Hotspots, todas as áreas que apresentam uma grande biodiversidade, mas que se encontram em alto risco de degradação ambiental (já devastada e tendendo a se agravar). Em outras palavras, são áreas críticas para a conservação, pois a sua biodiversidade se encontra ameaçada de extinção.

 
Os critérios para a classificação das áreas em um hotspots, de acordo com Myers, é que ela possua – no mínimo - 1.500 espécies endêmicas de flora e que tenha perdido mais de ¾ de sua vegetação natural. Daí, a inclusão dos biomas brasileiros, Mata Atlântica e Cerrado, na lista dos hotspots da Terra.

Como se tratam de áreas com grande biodiversidade, além da riqueza em termos de flora (vegetação), inclui-se as espécies da fauna (animais). A ameaça ou risco, sobretudo, da vegetação nativa implica consequentemente na integridade e conservação das espécies animais.

 
Entendem-se por plantas endêmicas, asespécies que só nascem em um determinado local, isto é, a sua distribuição geográfica se limita a um determinado ponto da Terra (país, região, continente etc.), não existindo em nenhum outro lugar.

Com base no trabalho de pesquisa realizado por Myers, outros pesquisadores também passaram a investigar, ampliando o número de hotspots no planeta.

Dos 10 hotspots identificados por Myers, o primatólogo estadunidense Russell Mittermeier da Organização Não Governamental Conservação Internacional (C.I.)  – em pesquisa realizada entre 1996 a1999 - expandiu para 25 as áreas avaliadas como hotspots, cobrindo 1,4% da superfície terrestre.

 
No início de 2005, a referida Organização Não Governamental  atualizou os dados e ampliou o número de hotspots existentes na superfície terrestre com mais 9 regiões, aumentando para 34 hotspots em todo o planeta.

 
Todos os hotspots, juntos, somam uma área correspondente a 2,3% da Terra, onde se encontram 50% da flora e 42% de vertebrados da superfície terrestre.

Vejamos a lista dos 34 hotspots da Terra, identificados por continentes:

AMÉRICA (09 hotspots)

 
  1. América do Norte

. Província Florística da Califórnia (EUA);

. Floresta de Pinho – Encino de Sierra Madre (México e EUA);

          2. América Central

. Mesoamércia (Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize e México);
. Ilhas do Caribe;

         3. América do Sul

. Andes Tropicais; 
. Florestas Valdivias (Chile Central);
. Tumbes-Choco-Magdalena (Panamá, Colômbia Peru e Equador);
. Cerrado (Brasil);
. Mata Atlântica (Brasil, Argentina e Paraguai).

 

ÁFRICA (08 hotspots)

. Florestas da Guiné (África Ocidental);
. Província Florística do Cabo (África do Sul);
. Karoo das Plantas Suculentas (África do Sul e Namíbia);
. Madagascar e Ilhas do oceano Índico(África);
. Montanhas do Arco Oriental (África);
. Florestas Afromontanas (África Oriental);
. Mapuland-Pondoland-Albany(Moçambique, Suazilândia e África do Sul);
. Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibout e Eritreia).

 

. EUROPA (02 hotspots)

. Bacia do Mediterrâneo;
. Cáucaso (Região de transição entre a Europa Oriental e Ásia Ocidental).

 

ÁSIA (10 hotspots)

. Ghates Ocidentais (Índia e Sri Lanka);
. Montanhas do Centro Sul da China;
. Sunda (Malásia, Brunei e Indonésia);
. Wallacea (Indonésia);
. Filipinas;
. Regiões Indo (Birmânia – Myanmar);
. Himalaia (Paquistão, Índia, Nepal, China e Butão);
. Anatólia Iraniana;
. Montanhas da Ásia Central;
. Japão.

 

. OCEANIA (05 hotspots)

. Sudoeste Australiano;
. Nova Caledônia (Austrália);
. Nova Zelândia;
. Ilhas da Polinésia e Macronésia;
. Ilhas da Melanésia Oriental.

Fontes: 

Como Tudo Funciona - Howstuffworks

Conservação Internacional

Hotspots: OsLugares mais Importantes da Terra

 Parques Nacionais do Brasil

A fertilidade da floresta Amazônica e a poeira do Saara.


Você sabia que anualmente pouco mais de 182 milhões de toneladas de areia voam atravessando o Atlântico pela atmosfera e desses, pouco mais de 27 milhões de toneladas caem na Amazônia através das chuvas? O mais incrível é que todo esse material funciona como núcleo de condensação, servindo como combustível para as chuvas e, além disso, alimentando a floresta através dos minerais que a compõem.

Um vídeo divulgado pela NASA explica que o fósforo é um dos principais nutrientes que nutrem a floresta, compensando as percas do solo e alimentando o ecossistema em escala continental.

Dados coletados pelo lidar instrument on NASA’s Cloud-Aerosol Lidar and Infrared Pathfinder Satellite Observation, de 2007 a 2013, são sobrepostos e o resultado é sensacional:

 

O Saara é o maior deserto da terra, com quase a mesma área dos Estados Unidos. Anualmente, milhões de toneladas de poeira do deserto são levadas para a atmosfera e, com o vento, fazem uma viagem sobre o Atlântico. Uma parte desta poeira é depositada sobre a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta.

As nuvens de poeira podem ser vistas do espaço e foram captadas pelo satélite no primeiro estudo que analisa a variação das “plumas” de poeira durante a sua jornada transoceânica.

Os cientistas acreditam que essa variação tem a ver com as condições do Sahel, a longa faixa de terra semi-árida na fronteira sul do Sahara. A quantidade de chuva estaria relacionada com a circulação dos ventos, que são os responsáveis por levantar a poeira, tanto do Sahel quanto do Saara para a atmosfera, onde ela se mantém em uma longa viagem sobre o Oceano Atlântico.

sábado, 23 de julho de 2016

O que são Terras Devolutas?

Terras devolutas são terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum momento integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. O termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao Estado.

Com a descoberta do Brasil, todo o território passou a integrar o domínio da Coroa Portuguesa. A colonização portuguesa adotou o sistema de concessão de sesmarias para a distribuição de terras, através das capitanias hereditárias: aos colonizadores largas extensões de terra foram trespassadas com a obrigação, a estes de medi-las, demarcá-las e cultivá-las, sob pena de reversão das terras à Coroa.

As terras que não foram trespassadas, assim como as que foram revertidas à Coroa, constituem as terras devolutas. Com a independência do Brasil, passaram a integrar o domínio imobiliário do Estado brasileiro, englobando todas essas terras que não ingressaram no domínio privado por título legítimo ou não receberam destinação pública. Para estabelecer o real domínio da terra, ou seja, se é particular ou devoluta, o Estado propõe ações judiciais chamadas ações discriminatórias, que são reguladas pela Lei 6383/76.

As Constituições republicanas seguintes deram maior abrangência ao conceito de terra devoluta. Hoje, a Constituição no seu art. 20, IIinclui entre os bens pertencentes à União "as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental". As demais terras devolutas pertencem aos Estados. No tocante à questão fundiária, pelo art. 188, a destinação de terras devolutas deve ser compatível com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. E, pelo viés ambiental, o art. 225, §5º determina que as terras devolutas necessárias à proteção dos ecossistemas naturais (assim como as arrecadadas pelos Estados por ações discriminatórias) são indisponíveis.

O que é Gentrificação?


O que é Gentrificação e por que você deveria se preocupar com isso.


Para entender gentrificação imagine um bairro histórico em decadência, ou que apesar de estar bem localizado, é reduto de populações de baixa renda, portanto, desvalorizado. Lugares que não oferecem nada muito atrativo para fazer… Enfim, lugares que você não recomendaria o passeio a um amigo.



Imagine, porém, que de um tempo para cá, a estrutura deste bairro melhorou muito: aumentou a segurança pública e agora há parques, iluminação, ciclovias, novas linhas de transporte, ruas reformadas, variedade de comércio, restaurantes, bares, feiras de rua… Uma verdadeira revolução que traria muitos benefícios para os moradores da região, exceto que eles não podem mais morar ali.


É que, depois de todos esses melhoramentos, o valor do aluguel dobrou, a conta de luz triplicou e as idas semanais ao mercadinho da esquina ficaram cada vez mais caras, ou seja, junto com toda a melhora, o custo de vida subiu tanto que não cabe mais no orçamento dos atuais moradores. E o mais cruel de tudo é perceber que, enquanto o antigo morador procura um novo bairro, pessoas de maior poder aquisitivo estão indo morar no seu lugar.


Talvez você já tenha passado por essa situação. Mas, se não passou, deve imaginar que é a história de muita gente. E o nome dessa história é gentrificação.









Gentri o quê?


Gen-tri-fi-ca-ção. Vem de gentry, uma expressão inglesa que designa pessoas ricas, ligadas à nobreza. O termo surgiu nos anos 60, em Londres, quando vários gentriers migraram para um bairro que, até então, abrigava a classe trabalhadora. Este movimento disparou o preço imobiliário do lugar, acabando por “expulsar” os antigos moradores para acomodar confortavelmente os novos donos do pedaço. O evento foi chamado de gentrification, que numa tradução literal, poderia ser entendida como o processo de enobrecimento, aburguesamento ou elitização de uma área… Mas nós preferimos ficar com o aportuguesamento do termo original.
Como funciona?


Um processo de gentrificação possui bastante semelhança com um projeto de revitalização urbana, com a diferença que a revitalização pode ocorrer em qualquer lugar da cidade e normalmente está ligada a uma demanda social bastante específica, como reformar uma pracinha de bairro abandonada, promovendo nova iluminação, jardinagem, bancos… E quem se beneficia da obra são os moradores do entorno e, por tabela, a cidade toda.


A gentrificação, por sua vez, se apoia nesse mesmo discurso de “obras que beneficiam a todos”, mas não motivada pelo interesse público, e sim pelo interesse privado, relacionado com especulação imobiliária. Logo, tende a ocorrer em bairros centrais, históricos, ou com potencial turístico.


O processo é bastante simples: suponha, que o preço de venda de um imóvel num bairro degradado seja 80 mil. Porém, se este bairro estivesse completamente revitalizado, o mesmo imóvel poderia valer até 200 mil. Há, portanto, uma diferença de 150% entre o valor real e o valor potencial do mesmo imóvel, certo? Agora imagine qual seria o valor potencial de um bairro inteiro?


É exatamente nesta diferença entre o potencial e o real, que os investidores imobiliários enxergam a grande oportunidade para lucrar muito investindo pouco. Mas para que tudo isso se concretize, é necessário que haja um outro projeto, o de revitalização urbana, e este, sim, é bancado com dinheiro público, ou através de concessões públicas. Os governantes também costumam enxergar no processo de gentrificação uma grande oportunidade: de justificar uma obra, se apoiar no interesse privado da especulação imobiliária para promover propaganda política de boa gestão.
E aonde acontece?


Em muitos lugares. Talvez seja possível dizer que toda cidade grande possui, no mínimo, um caso para estudo. Evidentemente existem alguns exemplos mais clássicos, em virtude da fama e influência que algumas cidades possuem, ou por conta do contexto histórico envolvido. Vamos destacar rapidamente dois deles:
1. Williamsburg (Nova York, EUA)








Até meados da década de 1990, Williamsburg era apenas mais um bairro residencial do distrito do Brooklyn, cujo único atrativo era sua paisagem – o famoso skyline da Ilha de Manhattan. Foi nessa época que artistas e artesãos locais migraram para o bairro em busca de aluguéis baratos e boa localização. Este movimento se intensificou até virar um dos maiores casos de gentrificação que se tem conhecimento: hoje, é um dos bairros mais badalados do mundo, que dita algumas das referências de moda, música, arte e gastronomia da sociedade ocidental. O processo foi tão grande que alguns dos próprios gentrificadores, precisando fugir do alto custo de vida, se mudaram para o bairro vizinho, Bushwick, que atualmente passa um processo quase idêntico ao de Williamsburg no começo dos anos 2000.




2. Friedrichshain (Berlim, Alemanha)



Após a queda do muro de Berlim, houve uma grande migração dos moradores de bairros da parte oriental – como Friedrichshain, para a parte capitalista da cidade, em busca de emprego, vida moderna e habitação confortável. Este fato abriu oportunidade para que a área, abandonada, fosse ocupada por imigrantes turcos, punks e artistas, em sua maioria jovens e pobres, e essa mistura naturalmente transformou o lugar em um grande fervilhão alternativo, criando uma subcultura de diversas tribos e origens, que hoje promove gastronomia, arte e entretenimento de alto padrão, atraindo berlinenses, turistas do mundo inteiro e é utilizada pelo próprio governo como marca turística.


Obviamente, este fenômeno trouxe um assombroso encarecimento do custo de vida e um acelerado processo de gentrificação: o caso berlinense foi tão violento que o parlamento alemão criou uma lei proibindo bairros com altos índices de gentrificação subirem os preços dos aluguéis mais do que 10% acima da média da região. A lei vem sendo aplicada em Berlin desde Maio de 2015, e em breve também será institucionalizada em outras cidades alemãs.


Há ainda vários outros casos famosos de gentrificação: La Barceloneta (Barcelona, Espanha); Puerto Madero (Buenos Aires, Argentina), Malasaña (Madrid, Espanha) e também alguns casos bastante estudados no brasil, como Lapa e Vidigal no Rio de Janeiro, e Vila Madalena em São Paulo, mas isto é assunto para uma outra conversa…
E por que eu deveria me preocupar com Gentrificação?


Olha, até existem especialistas que não “criminalizam” a gentrificação, por acreditar que este é um processo decorrente da chamada “Sociedade Pós-Industrial”, na qual as relações de consumo (demanda) ditam as relações de produção (oferta), e esta é uma condição natural e irreversível do nosso tempo. Há um debate profundo sobre isso, e a resposta sobre a gentrificação ser boa ou ruim… Bem, depende. Não dá para afirmar com certeza, ainda.


Mas desconfiamos que é mais nociva do que saudável. Por constituir um processo típico de especulação imobiliária, a gentrificação precisa de muito investimento e respaldo do poder público para atender à uma demanda de interesse privado. Ou seja, a cidade (enquanto “a coisa pública”) tem propensão a ser planejada de acordo com a vontade do interesse privado, que não necessariamente é a mesma vontade da população, e nem sempre vai ao encontro das demandas defendidas por especialistas em planejamento urbano.


Por outro lado, estudos recentes realizados nos Estados Unidos apontam que moradores antigos de bairros gentrificados não apenas não foram “expulsos” por conta da valorização imobiliária, como conseguiram, por causa da gentrificação, ampliar suas rendas. Apesar de serem inconclusivos, pois tratam mais de proprietários (que possuem renda sobre o imóvel) e menos de inquilinos (que pagam a renda para o proprietário do imóvel), os estudos colocam à prova alguns “mantras inquestionáveis” da corrente crítica da gentrificação, e abre precedente para a corrente que enxerga o fenômeno como algo saudável para a vida urbana contemporânea.


Do nosso ponto de vista, a gentrificação representa um grande perigo para as cidades, de maneira geral, porque independente de consequências saudáveis ou nocivas para o bairro que foi gentrificado, o grande problema está em mapear o que aconteceu com as pessoas que de fato foram forçadas a migrarem para outros lugares por conta do processo gentrificador: para qual bairro elas foram? Este bairro recebe os mesmos investimentos públicos, e desperta a mesma atenção que o bairro gentrificado? Acreditamos que a resposta seja negativa.


E, se para o bairro bonito pode tudo, e para o feio não pode nada, então não há um projeto de cidade inclusiva e democrática acontecendo nas nossas cidades. A gentrificação apenas será bacana e descolada de verdade quando todos os bairros puderem ver a renda de seus imóveis sendo elevadas, propiciando uma vida cultural, rica, vibrante, que respeite as tradições de cada lugar. Se não for por inteiro, então não vale.

Macartismo (em inglês McCarthyism)

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Macartismo é uma expressão derivada do inglês “McCarthyism” e corresponde a um período histórico dos Estados Unidos.
Foi caracterizado pela intensa de repressão e perseguição política, baseada em métodos de censura e difamação pela prática de acusações de traição ou subversão, publicadas sem evidências, mas com grande impacto negativo na vida dos denunciados.
Com efeito, a denominação tem sua origem no expoente máximo da "caça as bruxas", o senador republicano Joseph McCarthy, autor de projetos de lei anticomunistas e orador enfurecido no Congresso.
Por conseguinte, vale ressaltar que o senador se insere no contexto da Guerra Fria(1945 -1989), um período de bipolarização político-ideológica mundial, que teve início com a suspensão das relações de cooperação com a União Soviética, iniciadas na era Roosevelt.
Este fato, por sua vez, é fruto da política externa anti-soviética conhecida comoDoutrina Truman, do presidente Harry Truman (1945), o qual resultou em graves conflitos, como a Guerra da Coreia (1950) e a Guerra do Vietnã (1964).
Principais Características do Macartismo
A principal característica do Macarthismo são as acusações infundadas sob o pretexto de espionagem subversividade.
Curiosamente, toda atitude como participar de uma passeata ou apoiar as políticas do governo Roosevelt pode ser alvo da patrulha anticomunista, com isso, sofrer uma aberta perseguição política marcada pelo desrespeito aos direitos civis.
Infelizmente, este período ficou marcado pela manipulação midiática anticomunista, pela prática indiscriminada de interrogatórios produzidos por delatores pagos para indicar os comunistas, bem como pela intimidação para obtenção de confissões e mais delações e a criação das famigeradas “listas negras”, que marcavam os perseguidos como traidores.
Ora, qualquer um envolvido nos movimentos sindicais ou que manifestasse qualquer simpatia socialista era incluído na lista e dificilmente conseguiria emprego regular novamente.
Por outro lado, o mais gritante foi à evidente parcialidade nas investigações, as quais atingiam o próprio governo republicano e o exército, o que chocou a opinião pública americana e culminou no fim do macarthismo.

O Macartismo e a "Caça as Bruxas"

De fato, o macarthismo constituiu-se como uma verdadeira campanha de perseguição aos comunistas em território estadunidense, tal como a “caça as bruxas” um movimento que teve inicio no século XV e perdurou até o século XVIII.
Esta aproximação se deve ao fato desse período ficar conhecido pelas delações de supostos comunistas (delação foi à principal arma do macarthismo), como foram delatadas as supostas bruxas.
O medo do Comunismo e da espionagem soviética levou milhares de americanos a serem acusados de comunistas ou simpatizantes entre os anos de 1940 até o fim dos anos 1950.
Os principais acusados pertenciam ao serviço público, à indústria do espetáculo e cinematográfica, incluindo atores, diretores, roteiristas e músicos; outros, como cientistas, educadores e sindicalistas também foram acusados aos montes.
Nomes como os de Charlie Chaplin, Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e Edward U. Condon estão entre os acusados que sofreram forte perseguição política pelas medidas do macarthismo.
Curiosidade
  • O anticomunismo de um modo geral é chamado de “macarthismo”.