quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O deserto do Saara está a expandir-se

- Estudada a evolução das fronteiras do deserto do Sara num período de 93 anos. Concluiu-se que o deserto aumentou cerca de 10% e entre as causas estão as alterações climáticas de origem humana.
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O maior deserto (árido) do planeta ainda está a ficar maior. Esta é uma das principais conclusões de um estudo sobre o deserto do Sara feito por dois cientistas dos Estados Unidos e publicado esta quinta-feira na revista científica Journal of Climate. Por um lado, se olharmos para as dinâmicas anuais, este deserto expandiu-se cerca de 10% desde 1920. Por outro lado, se virmos só o Verão, o crescimento é de cerca de 16%.
Os cientistas estimam que as alterações climáticas, agora de origem humana, tenham contribuído para um terço dessa expansão. Os desertos quentes e secos são regiões que têm uma baixa precipitação anual. Normalmente, chove lá cerca de 100 milímetros por ano ou menos.
O deserto do Sara é uma dessas regiões e ocupa a maior parte do Norte do continente africano. E, tal como todos os desertos, as fronteiras do Sara mudam de acordo com as estações, expandindo-se no Inverno e contraindo-se no Verão. Isto é contra-intuitivo, mas como o Inverno é a estação mais seca na região do Sahel (a sul do Sara) o deserto parece maior porque se expande para sul. E contrai-se no Verão porque esta é a estação das chuvas no Sahel e, desta forma, o deserto fica mais estreito.
Aliás, vários registos paleoclimáticos e geológicos mostram-nos que os desertos têm uma dinâmica própria, causada por alterações climáticas naturais, que aumentam ou diminuem a sua extensão e fazendo-os aparecer ou desaparecer. “No último período glacial, o Sara era mais extenso do que atualmente, mas com o início do período interglacial o clima tornou-se relativamente úmido naquela região e o deserto retrocedeu”, explica o físico Filipe Duarte Santos no livro Alterações Globais: Os Desafios e os Riscos Presentes e Futuros (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2012). “Entre 8000 a.C. e 4000 a.C., grande parte do deserto do Sara estava coberto por savanas, em consequência de modificações nos padrões de circulação geral da atmosfera, e há cerca de 5000 anos adquiriu a configuração atual.” Este processo de desertificação foi natural, sem a intervenção humana, algo que não acontece atualmente.
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Os cientistas da Universidade de Maryland quiseram então saber quais as fronteiras actuais do deserto do Sara. Para isso, analisaram dados observacionais ou simulações climáticas históricas, incluindo dados da precipitação, num período entre 1920 e 2013. “Esta investigação é a primeira avaliação a uma escala secular das mudanças das fronteiras do maior deserto do mundo”, lê-se num comunicado da Universidade de Maryland.
Analisando uma área de sete milhões de quilômetros quadrados (a área climatológica média anual considerada como deserto), os cientistas viram que o Sara se tinha expandido globalmente cerca de 10% desde 1920 – o que corresponde a cerca de 700 mil quilômetros quadrados, ou seja, quase oito vezes a área territorial de Portugal e as suas ilhas. Consoante as estações, observou-se que o deserto pode aumentar entre 11% e 18%.
Numa tabela que acompanha o artigo destacam-se alguns países afetados por esta expansão: a nível anual, salienta-se o impacto na Mauritânia, no Mali, no Chade e no Sudão; no Inverno são mais afetados a Líbia, os Camarões e a República Centro-Africana; e no Verão são a Mauritânia, o Níger e o Chade.
“Entre 1920 a 2013, a expansão foi mais considerável no Verão, quando a área do deserto se expandiu cerca de 16%”, diz ao PÚBLICO Natalie Thomas, uma das autoras do trabalho. “A expansão no Verão foi maior no Sul porque está relacionada com a diminuição da precipitação na região do Sahel.”
Ora, o Sul do Sara encontra-se com o Sahel, uma zona de transição semiárida que está entre esse deserto e as savanas férteis (a sul). “O Sara expande-se à medida que o Sahel recua, destabilizando os frágeis ecossistemas da região e sociedades”, refere-se no comunicado. E um dos “termômetros” usados pelos cientistas para perceberem essas mudanças climáticas foi o lago Chade. “A bacia do Chade diminuiu na região onde o Sara avança para sul. E o lago está a secar”, explica Sumant Nigam, outro dos autores do artigo. “É muito visível que a pegada deixada pela diminuição da precipitação não é só local, mas em toda a região.”

Situação grave em África

O que causa esta expansão do Sara? Os cientistas estimam que a variabilidade normal do clima seja responsável por dois terços da expansão. Por exemplo, um regime de correntes conhecido como Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO, na sigla em inglês) – no qual as temperaturas oscilam entre fases quentes e frias num ciclo de 50 a 70 anos ao longo de uma grande faixa no Norte do oceano Atlântico – afecta as precipitação no Sahel e causa a expansão do Sara. Uma grande seca entre os anos 50 e 80 no Sahel – que levou a situações graves de fome e a grandes movimentos migratórios – é atribuída a esse fenómeno.
A Oscilação Multidecadal do Pacífico (PDO), em que há diferenças de temperatura no Norte do oceano Pacífico num ciclo de 40 a 60 anos, também tem o seu papel no crescimento do Sara. Já as alterações climáticas de origem humana – devido ao aumento dos gases com efeito de estufa na atmosfera – são responsáveis por um terço da expansão do Sara. “Geralmente, estes desertos formam-se nos subtrópicos por causa da célula de Hadley [modelo de circulação atmosférica], através do qual o ar sobe no equador e desce nos subtrópicos”, explica Sumant Nigam. “As alterações climáticas aumentam a circulação da célula de Hadley, causando o avanço para norte dos desertos subtropicais. Mas o avanço para sul do Sara sugere que estejam a funcionar também mecanismos adicionais, incluindo ciclos climáticos como o AMO.”

Esta expansão tem consequências na agricultura da região, assim como na segurança alimentar. “Com a população do mundo continuamente a crescer, uma diminuição da terra arável e da precipitação que sustenta as culturas pode ter consequências devastadoras”, alertam os cientistas, acrescentando que o continente africano tem menos capacidade adaptativa do que outros. “Espero que os resultados deste trabalho sejam um recurso para o planeamento e estratégia de adaptação às alterações climáticas em África”, diz Natalie Thomas.
E Sumant Nigam realça que a expansão pode acontecer também noutros desertos: “Os nossos resultados são específicos para o Sara, mas provavelmente têm implicações noutros desertos do mundo.” Mesmo assim, os cientistas dizem que há muito trabalho a fazer: “Com este estudo, a nossa prioridade foi documentar as dinâmicas da precipitação e da temperatura a longo prazo no Sara. O nosso próximo passo será observar o que provocou essas dinâmicas”, indica Natalie Thomas. “Já começamos a analisar as dinâmicas sazonais na América do Norte, por exemplo. Aqui, os Invernos estão a ficar mais quentes mas os Verões estão na mesma. Em África, passa-se o oposto – os Invernos estabilizaram, mas os Verões estão a ficar mais quentes. Por isso, o stress [climático] em África é já mais grave.”

Texto acessado em: https://www.publico.pt/2018/03/30/ciencia/noticia/o-deserto-do-sara-esta-a-expandirse-1808479


quinta-feira, 29 de março de 2018

Entenda por que a Síria vive nova onda de violência extrema após expulsão do Estado Islâmico


Os conflitos na região, que datam de 2011, não acabaram com a perda de poder do Estado Islâmico. Tensões regionais e disputas globais são acirradas, provocando milhares de mortes.


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Os conflitos na Síria não são recentes: desde março de 2011, a população do país vive em meio à guerra. As motivações são complexas e difíceis de se definir, já que forças internacionais tomaram partido e interesses regionais se conflituam, acirrando as tensões. Forças leais ao presidente Bashar Al-Assad, rebeldes, extremistas muçulmanos e potências estrangeiras fazem parte de uma situação complicada de se resolver.
Desde 2016, o Estado Islâmico (EI) tem perdido território e poder na Síria devido a diversas ações do governo de Assad e seus aliados. Com isso, países e grupos envolvidos, como Turquia, Irã, Rússia, EUA e Israel, xiitas, sunitas, curdos, árabes seculares e radicais islâmicos querem consolidar seus territórios e assegurar interesses. O resultado desse contexto são verdadeiros massacres, como o que tem acontecido em Ghouta Oriental, nas proximidades de Damasco, a capital. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 76% das residências de Ghouta Oriental foram devastadas, com mais de 500 mortos em cinco dias consecutivos de bombardeios. 

A região vem sendo atacada pelo governo sírio e seus aliados, entre eles, a Rússia e o Irã. O objetivo é a retirada das forças rebeldes que dominam Ghouta desde 2012. A população também sofre com a fome: o pão lá é 22 vezes mais caro que a média do resto do país, mais uma arma da Síria para enfraquecer rebeldes. No último sábado, a ONU aprovou uma resolução de um cessar-fogo de 30 dias a região, a qual foi rapidamente descumprida.

Contexto Histórico da Guerra

“A situação na Síria é muito mais complexa do que se pode imaginar”, diz a professora e coordenadora de atividades do curso de Direito da Unichristus, Silvana Melo. Para entender como o conflito chegou até onde está, é preciso saber de suas origens, em 2011. Nesse ano, muitos sírios se queixavam de um alto nível de desemprego, corrupção em larga escala, falta de liberdade política e repressão pelo governo de Bashar al-Assad, que havia sucedido seu pai, Hafez, em 2000. O governo foi extremamente repressivo com os protestos, prendendo e torturando manifestantes. “Foi uma situação de protestos que virou uma guerra civil”, explica Silvana. 
 

O conflito, que começou com ares políticos, deu espaço para diversas questões, como a religião. O Daesh, também intitulado como Estado Islâmico, nome pelo qual ficou mais conhecido, é um grupo religioso extremista que ganhou destaque dentro do embate por atos de terrorismo. Foi considerado um dos principais inimigos e responsável pela extensão da guerra.
O grupo realizou ataques terroristas em todo o mundo. Em 2015, o EI dominou metade do território da Síria após ocupar a cidade de Palmira, onde enfrentou e massacrou uma tribo de rebeldes. A derrubada do grupo foi prioridade dos EUA no governo de Donald Trump, que, para isso, se aliou até mesmo à Síria, antes sua adversária na luta. Estima-se que hoje o Daesh controle apenas 3% do território sírio.

Outros conflitos

Além dos bombardeios em Ghouta Oriental, outros conflitos acontecem dentro do território sírio por outras razões. “São várias guerras dentro de uma guerra”, resume a também professora do Grupo de Estudos em Direito e Assuntos Internacionais (Gedai). Nas fronteiras com a Turquia, um conflito incessante entre o exército turco e curdos que lutaram contra o EI também recebe intervenções internacionais.

A luta se dá porque os curdos, um grupo étnico do Oriente Médio, querem fundar um estado independente, o Curdistão. A Turquia, por outro lado, quer impedir que isso aconteça para reafirmar seu território. Os curdos pediram ajuda da Síria nesse embate, que cederam os YPG (Unidades de Proteção Popular, na tradução da sigla). Na semana passada, o exército sírio conseguiu tomar Afrin, no noroeste da Síria. A guerra, no entanto, segue.
A posição dos EUA é instável durante a guerra. Após ter se aliado à Síria para derrotar o EI, os norte-americanos se voltaram contra o país após suspeitas de que os sírios estariam utilizando armas químicas, um apoio mal visto no contexto mundial de terrorismo, principalmente para um país do Conselho de Segurança. A demonstração da virada de lado não foi nem um pouco sutil: no ano passado, a potência bombardeou exércitos sírios em Deir az-Zour, algo que aumentou as tensões já acirradas.

Dificuldades de resolução

Uma controvérsia que permeia a guerra é a presença das potências internacionais Rússia e Estados Unidos, historicamente adversários. Uma pacificação na região por meio da ONU é difícil, já que esses se encontram em lados opostos da luta e ambos possuem poder de veto no Conselho de Segurança.
  
Segundo estimativas do Centro Sírio de Pesquisas Políticas (SCPR, na sigla em inglês), 470 mil pessoas já morreram desde o início da guerra civil síria, em 2011. Hoje, mais de 13,1 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária. Para Silvana Melo, é importante que as pessoas conheçam diferenças conceituais para que refugiados não sejam estigmatizados. “Islã é diferente de terrorismo”, explica.
A guerra na Síria é longa e não tem perspectiva de paz no momento, na opinião da professora. “Enquanto houver influências regionais e internacionais, a guerra tem tendência a perdurar, e quem sofre mais são os sírios”, lamenta. “As partes deveriam abrir diálogo, mas é só guerra por cima de guerra. Para haver paz, todos os países têm que querer paz”, completa.

Fonte: O Povo Online 

domingo, 12 de março de 2017

Conheça um Igarapé

A imagem pode conter: árvore, planta, atividades ao ar livre, natureza e água

Um igarapé é um curso d'água amazônico de primeira, segunda ou terceira ordem, constituído por um braço longo de rio ou canal. Existem em grande número na Bacia amazônica. Caracterizam-se pela pouca profundidade e por correrem quase no interior da mata. Apenas pequenas embarcações, como canoas e pequenos barcos, podem navegar pelas águas de um igarapé devido a sua baixa profundidade e por ser estreito.

A palavra foi adotada do tupi. Significa, literalmente, "caminho de canoa", através da junção dos termos ygara (canoa) e apé (caminho).

Características

A maioria dos igarapés tem águas escuras semelhantes às do Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, transportando poucos sedimentos. São navegáveis por pequenas embarcações e canoas e desempenham um importante papel como vias de transporte e comunicação.

Os igarapés amazônicos constituem parte integrante e essencial no funcionamento da floresta, pois funcionam como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e facilitando deslocamento da fauna e o fluxo entre as populações das espécies de animais e vegetais.

Fonte: Mundo Estranho

Características dos Estados do Nordeste brasileiro.

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São nove os Estados do Nordeste do Brasil e estes compreendem uma área total de 1.554.295.607 km² do território brasileiro.

A Região Nordeste é a terceira maior do País e comporta a mais extensa costa litorânea.

Estados do Nordeste

Estados e Capitais do Nordeste

- Maranhão (MA) - São Luís
- Piauí (PI) - Teresina
- Ceará (CE) - Fortaleza
- Rio Grande do Norte (RN) - Natal
- Paraíba (PB) - João Pessoa
- Pernambuco (PE) - Recife
- Alagoas (AL)- Maceió
- Sergipe (SE) - Aracaju
- Bahia (BA) - Salvador

Maranhão

O Maranhão, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 331.937.450 km², faz fronteira com os estados do Pará, Tocantins e Piauí. Sua capital, São Luis, está localizada na ilha de Upaon-Açu, entre as baias de São Marcos e de São José do Ribamar, banhada pelo Oceano Atlântico.

O clima é o tropical úmido, com temperaturas que variam entre 21 e 34 graus, distribuídas entre a estação chuvosa que vai de janeiro a julho, e a estação seca que se estende entre os meses de agosto a dezembro. Apresenta duas regiões distintas em seu relevo, a planície litorânea e o planalto tabular. O litoral se estende por 640 km de praias, entre elas, a Ponta d'Areia, São Marcos e Calhau.

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, situado no litoral norte do estado, distante 260 km da capital, é uma unidade de conservação brasileira, um paraíso ecológico com 155 mil hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais. O Polo Parque dos Lençóis abrange os municípios de Barreirinhas, Humberto de Campos, Primeira Cruz e Santo Amaro.

Piauí

O Piauí, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 251.577.738 km², faz fronteira com os estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e Tocantins. Sua capital, Teresina é a única capital do nordeste não localizada no litoral. O clima é o tropical, com verão úmido e inverno seco, e o tropical semiárido, com chuvas irregulares ao longo do ano, com temperaturas que variam entre 25 e 40 graus.

O relevo apresenta uma planície litorânea e as serras da Ibiapaba, Araripe, Tabatinga e Mangabeiras, ao longo das fronteiras com os estados do Ceará, Pernambuco e Bahia. O vale do Gurgueia, guarda a maior reserva de água subterrânea do Nordeste, é a terceira reserva do país.

O Parque Nacional da Capivara, que compreende quatro municípios, é a maior área de concentração de sítios pré-históricos do continente sul americano. É Patrimônio Cultural da Humanidade.

Ceará

O Ceará, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 148.920.472 km², faz fronteira com os estados do Piauí, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e o Oceano Atlântico. Sua capital é a cidade de Fortaleza, possui 34 km de praias. O clima é o tropical úmido e o tropical semiárido, com temperaturas que variam entre 20 graus na região das serras e 30 graus nas estações mais quentes.

O sul do estado está incluído no Polígono das secas. O relevo é caracterizado pela planície litorânea e por serras e chapadas. A vegetação predominante é a caatinga e a litorânea, formada por manguezais, a vegetação de praias arenosas e dunas e as restingas.

O litoral do Ceará se estende por 573 km, com grandes falésias e dunas que chegam a 30 metros de altitude e praias de águas tépidas, entre elas, Aracatí, Canoa Quebrada e Jericoacoara.

Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 52.811.047 km², faz fronteira com o Ceará, Paraíba e o Oceano Atlântico. Sua capital, a cidade de Natal é um centro turístico com lindas praias, entre elas, a praia de Ponta Negra com o Morro do Careca, uma duna com 107 metros, margeada por vegetação de praia. Seu litoral é responsável pela produção de 95% do sal produzido no país.

O clima é o tropical úmido e o tropical semiárido, com temperaturas que variam entre 24 e 30 graus. O relevo é caracterizado pela planície litorânea e o Planalto da Borborema. A vegetação predominante é a catinga, com resquício da Mata Atlântica.

A Barreira do Inferno, uma base da Força Aérea Brasileira para lançamento de foguetes, está localizada no Município de Parnamirim, a 12 km da cidade de Natal.

Paraíba

A Paraíba, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 56.469.778 km², faz fronteira com o Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e o Oceano Atlântico. Sua capital, a cidade de João Pessoa, foi considerada, em 1992, a segunda capital mais verde do mundo.

O clima predominante é o tropical úmido e o tropical semiárido, com temperaturas que variam entre 24 e 30 graus. O relevo é caracterizado pela planície litorânea e o Planalto da Borborema. A vegetação predominante é a caatinga, com áreas de Mata Atlântica preservadas.

A praia de Ponta do Seixas, situada a leste de João Pessoa, é o ponto mais oriental das Américas. Denominada "A Porta do Sol"

Pernambuco

Pernambuco, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 98.148.323 km², faz fronteira com o Ceará, Paraíba, Alagoas, Bahia, Piauí e o Oceano Atlântico. Sua capital Recife, cercada de rios e pontes, é denominada a "Veneza Brasileira". O clima predominante é o tropical úmido e o tropical semiárido, com temperaturas médias entre 18 e 27 no inverno e 30 e 35 no verão.

Grande parte do estado está incluída no Polígono das Secas. O relevo é caracterizado pela planície litorânea, por serras, pelo Planalto da Borborema e pela depressão sertaneja. Predomina na região a vegetação litorânea, resquícios da mata atlântica, a caatinga e o cerrado.

Fernando de Noronha é um arquipélago com 21 ilhas e ilhotas, que forma o Parque Nacional Marinho. Cento Turístico, com diversificada vida marinha, é local de mergulho recreativo. A praia de Porto de Galinha, no litoral sul do estado, foi eleita por dez vezes a melhor praia do país.

Alagoas

Alagoas, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 27.778.506 km², faz fronteira co Pernambuco, Sergipe, Bahia e o Oceano Atlântico. Sua capital Maceió, destaca-se por suas praias de águas quentes e os arrecifes que formam piscinas naturais. O clima é o tropical úmido e o tropical semiárido.

O estado tem 44,3% do seu território dentro do Polígono das Secas. O relevo é caracterizado pela planície litorânea, a depressão no centro e o Planalto da Borborena no centro norte do estado. Predomina uma vegetação litorânea, área de mata atlântica, remanescentes da floresta tropical, e a caatinga. O passeio de barco entre os cânions de rio São Francisco representa boa parte do turismo do estado.

A Foz do Rio São Francisco, na cidade de Piaçabuçu, distante 135 km de Maceió, forma imensas dunas e lagoas. A praia do Peba, área de proteção ambiental, abriga um rico ecossistema em mangues, coqueiros, dunas, tartarugas, aves migratórias e mata atlântica.

Sergipe

Sergipe, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 21.915.116 km², faz fronteira com Alagoas, Bahia e o Oceano Atlântico. Sua capital Aracaju, tem como principal atração a praia de Atalaia, situada a 9 km do centro da cidade, com sua ampla faixa de areia e águas mornas, e com diversas opções de lazer.

O clima é o tropical úmido e o semiárido, com temperaturas que variam entre 21 e 30 graus. O relevo é caracterizado pela planície litorânea, áreas de várzeas, planaltos e depressões. A vegetação predominante é a litorânea, mata atlântica e a caatinga.

O Cânion de Xingó, um dos maiores do mundo, no município de Canindé do São Francisco, 213 km de Aracaju, é atração turística, com passeios a bordo de escunas que cortam as água do rio São Francisco.

Bahia

Bahia, estado do Nordeste do Brasil, com uma área de 564.733.177 km², faz fronteira com o Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Sua capital Salvador, a primeira capital do Brasil, apresenta mais de 800 casarões no Centro Histórico do Pelourinho.

O clima é o tropical úmido, o tropical semiárido e o tropical (verão úmido e inverno seco), com média de temperatura de 30 graus. A vegetação é litorânea, a caatinga, o cerrado e a Mata Atlântica.

O litoral da Bahia, com 1.181 km de extensão, é o maior do Brasil, com extensos coqueirais e belas praias, entre elas, Mangue Seco, Porto de Sauípe, Praia do Forte, Itaparica e Comandatuba.

Fonte: Geografia do Brasil

Os 'campos de concentração' da seca: uma história esquecida no Brasil


Quase ninguém no Brasil se lembra ou sequer conhece esta história, mas ela existiu: no começo do século XX, quando o Nordeste vivia - como nos dias de hoje - terríveis secas, as autoridades construíram "campos de concentração" para evitar que agricultores famintos do Ceará migrassem em massa para a capital.

Os registros históricos e os jornais da época descrevem as construções como acampamentos, onde milhares de famílias do semiárido eram obrigadas a viver em condições sub-humanas: amontoadas, quase sem comida, em um espaço insalubre, cercado e custodiado por guardas.

As autoridades estaduais chamavam de "campo de concentração", uma denominação que ainda não era associada ao horror do nazismo alemão.

Os primeiros foram construídos durante a grande seca de 1915 e voltaram posteriormente, durante um ano, em 1932.

No total, foram sete campos estrategicamente estabelecidos perto das vias ferroviárias que os agricultores do sertão cearense usavam para fugir para Fortaleza, capital do estado que hoje sofre sua pior seca em um século.

As autoridades os vendiam como uma espécie de proteção para milhares de "flagelados", mas as crônicas sugerem que apenas buscavam evitar que se repetisse o episódio vivido na seca de 1877, quando mais de 100.000 camponeses famintos triplicaram a população da capital que, nos anos 30, vivia na modernidade e riqueza de sua 'Belle Epoque'.

- Currais do governo -

Os agricultores, de fato, acabaram batizando esses lugares como "Currais do governo" porque se sentiam tratados como o gado que haviam perdido na seca.

"Os campos de concentração funcionavam com uma prisão", observa a historiadora Kenia Sousa Rios no livro "Isolamento e poder: Fortaleza e os campos de concentração na seca de 1932".

"Os que chegavam lá não podiam ir embora. Só tinham permissão para se deslocar quando eram convocados para trabalhar na construção de ruas ou em obras de melhoramento urbano em Fortaleza, ou quando eram transferidos de campo", explica.

Os únicos vestígios deste episódio sinistro da história brasileira estão em Senador Pompeu, um humilde município em pleno sertão, a 300 km da capital.

Lá ainda estão de pé as carcaças dos prédios onde os guardas faziam o controle ou dos armazéns onde se guardava a comida, mas estão todos completamente abandonados.

- Última testemunha -

Carmela Gomez Pinheiro, filha de um dos vigias do campo, hoje tem 96 anos, mas sua memória é muito boa.

"Quatro ou cinco pessoas morriam todos os dias, inclusive crianças. Todos de maus-tratos ou de fome", conta à AFP em sua residência, uma casa humilde em Senador Pompeu.

"A fome era muito grande (...) Não havia o que comer, nem pão, e as pessoas ficavam doentes e suas barrigas inchavam", recorda, com alguma dificuldade para falar.

Mesmo que esta tragédia seja desconhecida para milhões de brasileiros, não ficou completamente esquecida.

Em Senador Pompeu se celebra anualmente a 'Caminhada da Seca' em homenagem a essas vítimas, um memorial idealizado em 1982 pelo padre italiano Albino Donati.

Ano após ano, a grande romaria termina no "Cemitério da Barragem", que foi criado em torno das valas comuns, onde os habitantes dizem que estão enterradas mais de mil pessoas.

Em torno de uma cruz, dezenas de garrafas de água são hoje o testemunho das oferendas populares ao falecidos sedentos.

Fonte: Yahoo Noticias

A Organização Mundial do Comércio (OMC)

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O comércio mundial acontece, simultaneamente, de duas maneiras. A primeira é pelo comércio regionalizado, que ocorre pelo fluxo de mercadorias, serviços e capitais entre países componentes de um bloco econômico. A segunda é pelo comércio multilateral, que ocorre de maneira mais geral através das relações de importação e exportação entre países que não compõem um mesmo bloco. É o comércio que não está atrelado ao regionalismo proposto pela criação de blocos econômicos.

Surgimento da OMC

O comércio multilateral começou a tomar forma somente a partir da Segunda Guerra Mundial, quando os países do globo começaram a discutir a necessidade da criação de uma entidade responsável por regulá-lo. Este sentimento era sustentado pela crença que o grande protecionismo realizado pelos países no período entre-guerras, este justificado pelo contexto de caos econômico proporcionado pela Crise de 29, seria um dos responsáveis pelo conflito.

Por protecionismo entende-se qualquer tipo de medida que determinado país adota com objetivo de privilegiar sua produção interna em detrimento dos produtos importados de outros países. As tentativas de diminuir estas políticas foram o ponto central das discussões para a criação de uma entidade reguladora do comércio multilateral.

Na reunião de Bretton Woods, a mesma da qual resultou a criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), foi definido a instauração da Organização Internacional do Comércio (OIC). Porém, a criação desta organização não teve a adesão esperada, sendo rejeitada por muitos países, entre eles os EUA. Com isto, a saída encontrada foi a realização de um acordo provisório, que ficou conhecido como Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), que foi assinado por apenas 23 países, entre eles o Brasil.

Ainda que de caráter provisório, o Gatt acabou durando até 1995 e promoveu alguns avanços no que diz respeito ao comércio multilateral. Entre eles, o Gatt conseguiu a diminuição das tarifas alfandegárias e instaurou um importante princípio, denominado Princípio de Não-Discriminação, que proibiu o tratamento diferenciado aos países signatários do acordo. Em 1995, a partir de conversas que se iniciaram em 1986 no Uruguai, o Gatt se transformou em OMC (Organização Mundial do Comércio), a partir da constatação que o acordo de 1944 não estava mais de acordo com a nova lógica do comércio global.

Funcionamento e princípios

Na prática, a formação da OMC oficializou os princípios do Gatt, ao mesmo tempo que o expandiu. Sendo um acordo provisório, o Gatt podia ser facilmente burlado por decisões unilaterais dos países signatários. Com a instauração da OMC, o não cumprimento das obrigações passou a resultar em punições para os países-membros, que envolvem, inclusive, sanções comerciais.

Além disso, notavelmente o acordo de 1944 não era compatível com a nova dinâmica do mercado, como dito acima. O Gatt geria apenas a movimentação de produtos e bens, ignorando os serviços, como o turismo, as telecomunicações e os seguros, e as propriedades intelectuais. Esta lacuna foi preenchida pela OMC através da instauração do Gats (General Agreement on Trade in Services), acordo voltado ao comércio de serviços, e do Trips (Agreement on Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights), voltado aos direitos de propriedade intelectual.

A respeito dos seus princípios básicos, muitos foram herdados do Gatt. Hoje, somam cinco:

- Não discriminação: princípio básico da OMC. Define que um país deve estender aos demais membros qualquer privilégio concedido a um deles (também chamado de princípio da nação mais favorecida). Também visa impedir o tratamento diferenciado de produtos nacionais e importados (também chamado de princípio do tratamento nacional).

- Previsibilidade: define a garantia de previsibilidade das normas instituídas pelos países-membros, impedindo a insegurança dos operadores do comércio mundial nas atividades de importação e exportação. É sustentada pela definição de compromissos tarifários.

- Concorrência legal: visa combater práticas nocivas à concorrência comercial entre os países, como o dumping¹ e os subsídios.

- Proibição de restrições quantitativas: proíbe o estabelecimento de quotas ou proibições para importação de determinados produtos. Por exemplo, o país X fixa uma regra que apenas 20% do produto A comercializado internamente pode vir de outro país, garantindo os outros 80% para os produtos nacionais.

- Tratamento Especial e Diferenciado para Países em Desenvolvimento: estabelecimento de políticas comerciais em prol dos países em desenvolvimento, políticas estas que deveriam ser respeitadas pelos países ricos.

As rodadas

De tempos em tempos, a OMC organiza reuniões, conhecidas no Brasil como rodadas, com o objetivo de discutir as políticas que envolvem o comércio mundial. Até o momento, já foram realizadas nove destes encontros, também chamados de Conferências Ministeriais. São eles: Singapura (1996); Genebra (1998); Seattle (1999); Doha (2001); Cancun (2003); Hong Kong (2005); Genebra (2009); Genebra (2011); Bali (2013) e Nairóbi (2015).

Duas destas rodadas devem ser destacadas: a de Seattle, em 1999, e a de Doha, em 2001. A rodada de Seattle ficou conhecida como Rodada do Milênio, pois teria como objetivo definir os rumos do comércio multilateral no novo milênio. Porém, acabou fracassando, principalmente por conta dos protestos promovidos por grupos contrários ao modelo de globalização vigente, entre eles ambientalistas, sindicados e ONG's.

Já na rodada de Doha, além da incorporação da China e de Taiwan à organização, houveram algumas resoluções de importância. Entre elas, pode-se citar a quebra de patentes de medicamentos para a produção de genéricos em países pobres, o comprometimento de uma abordagem ambiental e sustentável do desenvolvimento econômico pelos países-membros e, talvez a resolução mais polêmica, o acordo entre os EUA e a União Europeia de reverem suas políticas protecionistas em vários setores, em especial na agricultura.

Este último ponto, uma grande reivindicação dos países em desenvolvimento, na prática, nunca foi cumprido. EUA, União Europeia e Japão são acusados de oferecerem subsídios aos agricultores com o objetivo de baratear os preços dos produtos nacionais frente aos importados, geralmente provenientes de países em desenvolvimento, como Brasil, China, Índia e países africanos.

Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

Roger e Eu

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A GM (General Motors) anunciou ontem (27/04) um novo plano como tentativa para evitar a concordata. Propôs a troca de seus títulos de dívida por ações da empresa e se aprovado, o governo dos EUA, seu maior credor, terá o controle acionário da montadora. Além de outras medidas, estabelecendo prazos até 2010 para amenizar a situação como: reduzir o número de fábricas de 47 para 34 e fechar mais três até 2012; Cortar 21 mil vagas, passando dos atuais 61 mil para 40 mil nos EUA; custo de trabalho menor; fim da Pontiac, ficando apenas com as marcas Chevrolet, Cadilac, Buick e GMC; reduzir o número de concessionárias, de 6.246 para 3.605; redução da dívida e intenção de investimentos.

Só com o anúncio dessas medidas, as ações da empresa já subiram e o mercado ficou mais calmo. Sempre me questiono sobre esta crise. Não será mais uma vez um golpe do capitalismo? Tudo bem, temos que tomar cuidado, não achar que é apenas uma marolinha. Mas, fico sempre com o pé atrás. Todas essas demissões alegando a crise, para mim, não passa de desculpa para demitir quem não se adequou às novas determinações das empresas, ou mesmo, para não deixar de obter o lucro estabelecido para o crescimento anual.

Engraçado que nós, simples mortais, passamos anos apertados, economizando aqui e ali, para sobreviver, para conseguir construir algo. No entanto, as fábricas, as empresas, o capitalismo não pode passar por apertos por alguns meses e claro, a primeira medida é a demissão em massa. Ontem a empresa que trabalhava, americana, por sinal, fez um belo corte no quadro de funcionários. Mas, desta vez, tiveram a decência de não culpar a crise econômica atual, alegaram reestruturação nos departamentos. Contudo, sabemos que isso não ameniza a dor nem de quem foi demitido e nem de quem continua na empresa, que acumula o serviço dos que não estão mais lá e cada vez a estrutura encolhe, fica mais enxuta ainda, porém, é melhor do que dar esta desculpa esfarrapada da crise.

Minha desconfiança vêm de fatos de todos esses anos de capitalismo, da quebra da bolsa de Nova York em 1929 e por aí afora. E segundo o filme "Roger e Eu" de Michael Moore, relatando os acontecimentos da cidade de Flint, nos meados nos anos 80, desta mesma GM que comento agora, fico mais ainda com o pé atrás.
Aí vai uma dica, assista este documentário ou leia meu relatório que fiz para a faculdade em 2006, que segue abaixo, e analisem se tudo não é muito suspeito.


Filme..: Roger e eu
Gênero: Documentário
Diretor: Michael Moore
USA/1989


O Filme relata a saída da GM da cidade de Flint, no estado de Michigan, EUA. A Cidade sempre girou em torno do parque industrial da General Motors e por várias gerações, toda população trabalhava na montadora. Até os meados dos anos 80 havia prosperidade na cidade e todos se encontravam numa situação segura e confortável, até o dia que decidiram fechar 11 fábricas e 30 mil pessoas ficaram desempregadas.

Esta estratégia já era conseqüência do conjunto de fenômenos que ocorreu a partir dos anos 50 e que teve seu auge a partir dos anos 80 e tem como objetivo proporcionar uma maior liberalização do capital para que este busque melhores taxas de lucro, o que chamamos de Globalização.

O Capitalista quer a liberdade para ir para onde quiser e a General Motors, fechou estas fábricas em Flint e instalou o novo complexo industrial na cidade do México. O Presidente da GM, Roger Smith, alegou que se esta atitude não fosse tomada, iriam a falência. E isso não passou de mera desculpa para visar mais lucro com as novas tecnologias, que substitui a força de trabalho e também porque a mão de obra qualificada e as despesas fixas são mais baratas no México.

A produção flexível, desenvolvida pela Toyota nos anos 60, considerada a 3ª Revolução Industrial, acabou sendo modelo para as indústrias, onde a “Automação de Sistema” e as “Células de Produção” substituíram a Produção em Série do Fordismo, onde se visava a quantidade, produção de acordo com a capacidade total, trabalho não qualificado, grandes estoques e produção verticalizadas.

No Toyotismo, os principais pontos são:

Ênfase na Qualidade;
Produção de Acordo com a Demanda;
Mão de Obra Qualificada (funcionários polivalentes);
Just in Time (em cima da hora) sem estoques; e
Idéia de Empresa Família.

Com esta mudança, do Fordismo para o Toyotismo, de um lado crescia a lucratividade das empresas, diminuía os conflitos internacionais e riquezas desnecessárias, de outro lado, o trabalhador fica prejudicado, pois começam:

O Desemprego Estrutural (mais de 5 anos sem emprego);
A Precarização do Trabalho (terceirização); e
O Enfraquecimento da Organização Sindical.

Foi o que aconteceu em Flint, a GM, com esta atitude, simplesmente desestruturou toda a cidade, levando a uma verdadeira calamidade. Como a população era voltada para a mão de obra da montadora, há muitos e muitos anos, ficaram desorientados, não tinham experiência em outras atividades de trabalho.

Sem alternativas e sem emprego, a população de Flint era despejada de suas casas, os aluguéis eram altos e sem emprego era impossível o cidadão arcar com essas despesas. A violência aumentou com a recessão e a cidade passou a ter a maior taxa de criminalidade dos EUA. A sua elite ainda os chamavam de preguiçosos e fingiam que nada estava acontecendo, suas corriqueiras e fúteis vidas continuavam como se a cidade não passasse pelo caos que estava passando.

O Sindicado se enfraqueceu e se tornou amigo do patrão. A População tentou a economia informal e outros ramos de trabalho, como o Fast Food. Muitos, acostumados ao ritmo de trabalho das montadoras, não conseguiam se adaptar às novas funções. Alguns doavam sangue em troca de dinheiro, outros foram treinados para serem Guardas Civis e acabavam prendendo seus ex-companheiros de trabalho que acabaram na criminalidade.

Sem muitas alternativas, a população foi deixando a cidade e abandonando suas casas para procurarem empregos em outras cidades.O governo decidiu investir no Turismo para aquecer a economia da cidade, hotéis luxuosos foram construídos, o “Auto Word”, um investimento de 100 milhões de dólares, que era uma miniatura do parque industrial da GM, inicialmente até fez algum sucesso, mas como a cidade não havia muito a oferecer, isso também, após algum tempo, fracassou.

Roger Smith a frente da General Motor, como todo capitalista, não estava interessado em honrar a cidade Natal, tudo é voltado para o aumento do lucro e para ele pouco interessava o que estivesse acontecendo com a população de Flint.

Michael Moore, diretor deste documentário, foi um obstinado, como nasceu em Flint, queria a todo custo conseguir um depoimento do Sr. Todo Poderoso Roger Smith, após três anos de muitas tentativas, em uma entrevista numa véspera de Natal, finalmente conseguiu chegar perto de Roger, além de não conseguir leva-lo até a cidade, ainda escutou o seguinte: “Não temos culpa pelos acontecimentos em Flint”.

Concluindo, a mensagem do filme nos mostra que o importante não é o bem estar das pessoas e uma sociedade mais justa, mas sim, o lucro a qualquer preço, e como diz Michael Moore no final do filme “os ricos estão cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres e o final do século XX era realmente o começo de uma nova era”.

Fonte: resenha feita pela autora Nana